segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Aki & Shin




"He always brought me back to the light when I was lost in darkness. Whenever he walked me home, I would see him off and think "Please let Shin return home safely." (even though it's only 90 meters to his house). I called him seeking comfort."




domingo, 9 de dezembro de 2012

Às vezes

Quero tomar toda essa sua dor para mim. Quero-a com ânsia e urgência. Preciso tomá-la, apaixonada e ardentemente. Tomá-la inteira até que, dela, nada mais reste.
Quero suprimir toda essa sua solidão. Quero me atirar em cada esquina sua. Me quero marcada a ferro na sua pele. Quero o meu desespero se encontrando com o seu desespero. Quero a minha tristeza consolando a sua tristeza. 

Não quero que se sinta só do mesmo modo que me sinto g r i t a n t e m e n t e só com todo esse amor dentro de mim.



"Se ela murmura em meio ao sono - e ela dorme o tempo todo por causa dos remédios - é como se dissesse uma verdade escondida, que não se pode negar. Mas é sempre verdade, e não apenas quando dorme: talvez ela esteja morrendo. Eu ponho meu ouvido perto do seu hálito, com medo. Não quero ouvir uma queixa, não quero ouvir outro nome. Não quero que se lembre do que não viveu comigo. Cumpro o que me pedem: horários, remédio, e fico batendo, como um morcego, as asas nas vidraças: pedaços de frase, rancores antigos, um ritmo sem conteúdo, uma pergunta cretina. Acordo para olhar: respira? Dorme com as mãos estendidas e as plantas do quarto crescem até junto delas. À noite vêm umedecer a ponta dos seus dedos magros. Está plena na magreza, definha como uma santa, os ecos da madrugada conseguem entrar no meu quarto e perguntam. Entram em silêncio, depois perguntam: o que você fez por ela? Eu fiz o que podia. Quanto é isso? Fiz tudo o que podia."




Minha Fantasma, Nuno Ramos.