terça-feira, 17 de julho de 2012


"Mi niñita chiquitita:
(…)
Estou feliz com a comissão do seu retrato pro Museu de Arte Moderna: será magnífico, você entrando lá pra sua primeira exposição. Será a culminação do seu sucesso em Nova York. Cuspa em suas mãozinhas e crie algo que vai superar tudo que estiver por perto e fazer da Fridita o Grande Dragão [la mera dientona] (…)
Não seja boba; não quero que por minha causa você perca a oportunidade de ir para Paris. ACEITE TUDO QUE A VIDA TE DER, O QUE QUER QUE SEJA, DESDE QUE SEJA INTERESSANTE E TE DÊ ALGUM PRAZER. Quando a pessoa fica velha, ela sabe o que é ter perdido o que lhe foi oferecido quando ela ainda não sabia o suficiente pra aceitar. Se você realmente quer me agradar, saiba que nada pode me dar prazer maior do que saber que você tem as coisas. E você, minha chiquita, merece tudo. 
(…) Não os culpo por gostarem de Frida, porque eu também gosto dela, mais do que qualquer outra coisa. (…)
Tu principal sapo-rana, Diego."

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Eu nunca vou ter palavras para você.
Eu nunca vou ter palavras para a sua solidão.
Eu nunca vou ter palavras para a sua angústia.
Eu nunca vou ter palavras para as suas mãos ansiosas.
Eu nunca vou ter palavras para os seus lindos olhos gritantes que parecem querer me engolir.
Eu nunca vou ter palavras para a sua loucura inquietante.
Eu nunca vou ter palavras para o seu tom de voz calmante e angustiante.
Eu nunca vou ter palavras para a sua expressão quando acaba de acordar.
Eu nunca vou ter palavras para nada. Nada. 

Principalmente para você.

Nunca vou ter palavras que te salvem. Que te levem a uma outra dimensão. Que te traguem de volta para "cá". Que te faça revirar o estômago. Ou que acalme-os. 

Nunca. 

Esta é a única palavra que tenho para você. Para mim. Para nós. Martelando nos meus pensamentos a todo momento, infernalmente.


sábado, 7 de julho de 2012

"Eu tenho vontade de chorar quando você me olha com esses olhos cheios de palavras. Você sempre me diz algo. Com os olhos, com o suspiro, com a sugada do seu nariz. Eu lembro quando ninguém entendia seu grito. Agora todo mundo grita lá fora e você só observa. Em quem você parou de acreditar? Em você ou neles? Seu coração partiu-se junto com a sua voz. Segura sua verdade, meu bem. Ainda que ela não tenha como sair do som da sua garganta. Deixe-a sólida. Você disse alguma coisa? Ah. São seus olhos dizendo de novo. Feche-os."


Bárbara Ariola.