terça-feira, 14 de dezembro de 2010

A sensação pesava, embriagava, ofuscava. Percorria cada pedaço do meu corpo, deixava vestígios que me faziam um ser sem forças, como se a cada suspiro eu me aproximasse de algo maior, algo que talvez nem mesmo a mais brava e forte das pessoas fosse suportar. E tudo em volta ocorria em câmera lenta: o murmúrio dos ventos, o barulho do mar lá longe, o piscar dos olhos. Daqueles olhos vermelhos, inundados de pânico, medo e, bem lá no fundo, onde talvez apenas eu e mais ninguém percebesse, esperança. Esperança por quê? Esperança pra quê? Esperança que, a cada pulsar, se aproximava mais de mim, que me fazia perder toda a convicção que eu possuía ao apertar o gatilho, que sugava toda as minhas últimas forças que, bem lá no fundo do meu âmago, onde nem eu sabia existir, existia. Parecia querer converter essa força para outro propósito.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

I’m sorry, sir, but I think maybe you wanted to talk to one of the other girls. I’ll see if I can find one for you.
“No! No! No, no! Please! Please don’t go!”
I just don’t think I’m the one you want to talk to.
“Please! Please don’t go! I’m sorry”
All right.
“I’m sorry. I’m sorry”
That’s okay. You know, I know how hard it is to talk to a stranger sometimes. Just relax, and tell me what’s on your mind. I’ll listen to you. I don’t mind listening. I do it all the time.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

"Um momento de amor é: dar risada antes de dormir."


"Entrei no banheiro errado, ela disse. E sentou no vaso sorrindo e me olhando, lavou as mãos e saiu. Nunca me senti tão solitário."


"O rosto desconhecido invadiu a cena e, olho colado à máquina, ele ainda assim deu o clique. Sorriso de amor eterno hoje mora na fotografia."


"Olho para trás: há multidão sobre os calçados. Olho para mim: há solidão sobre meus pés. Não tenho onde ir. Por isso a ausência das pistas."


Um olhar diferente pega-a de surpresa. Certas palavras provocam arrepio. O timbre da voz acaricia o ouvido. Umas ou outras frases demostram convicção:

- Acho que já nos conhecemos.
Suspiro:
- Bem que poderia ser verdade.
Sorriso:
- Mas é.
- Pensei que fosse só uma forma de puxar papo.
Riso:
- Talvez.
- Talvez...
- Mas eu falo sério: acho que já nos conhecemos.
- Se esse fosse o caso, eu com certeza me lembraria de você (com certeza).
Sorriso:
- Desculpe, o certo é: eu te conheço. E eu me lembro (muito) de você.
- E de onde nos conhecemos, ou melhor, você me conhece? Porque estou achando injusto só você se lembrar.
Riso:
- Dos meus sonhos.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Talvez o amor seja feito de detalhes, de pequenos gestos, coisas simples que ignoramos no dia a dia, mas que estão lá: uma brincadeira, um "tudo bem?", um sorriso, um papo furado. Talvez o amor esteja nas brigas, talvez nas delicadezas, na simplicidade. Ou talvez o amor esteja por aí.

domingo, 31 de janeiro de 2010

"Acho que sorte é produto do pensamento, do sonho. Eu acho que o pensamento é uma forma de ação às vezes mais eficaz do que a fala. Porque a fala é pervertida demais. A gente fala pra tudo. A maior parte do dia, a gente passa falando qualquer coisa ou jogando conversa fora. E aí tem uns momentos de iluminação, de franqueza. Mas o pensamento é uma conversa interna, a gente é muito mais franco e muito mais contundente no pensamento. Então, eu só tenho a opção de acreditar que o pensamento tem um poder de ação muito incrível. E que o sonho, no sentido mais amplo, no sentido do desejo, no sentido do afeto e no sentido literal do sonho, de dormir e sonhar, eu só posso acreditar que isso tenha um papel fundamental na construção do destino, ou seja, no caos, no acaso."


Meu amado Rodrigo Amarante.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010



Queria eles cantando baixinho para mim toda manhã.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Vinho na xícara

Eu só quero lhe dizer que, quando você se sentir só, sorria para o nada, pois foi daí que o nosso relacionamento surgiu. Mas não, eu não quero que ele termine aí.